O risk assessment (gestão de risco, em inglês) não é recente, embora não tenha sido sistematizado por muito tempo. Geralmente é feita de maneira intuitiva, mas quanto tratamos da construção civil é importante ter uma estratégia de gestão de riscos. De maneira organizada e documentada, podemos minimizar diversos riscos incluindo não conseguir entregar a obra dentro do cronograma, do orçamento ou não atingir a qualidade esperada para um determinado projeto.
Devemos frisar que não há uma estrutura rígida para o risk assessment. É, em realidade, uma estrutura cíclica, em que:
- Identificamos os riscos;
- Avaliamos os riscos; e
- Tratamos os riscos, voltando assim a etapa inicial de identificar novos riscos.
Identificação dos riscos
A identificação dos riscos pode ser feita através de o checklists, brainstorming, entrevistas estruturadas, what can go wrong analysis e outras ferramentas. Recomendamos avaliar minuciosamente os estudos, projeto, visitar a obra e verificar registros de projetos similares.
Avaliação dos riscos
Para avaliar os riscos, podemos levar em conta análises quantitativas ou qualitativas. O importante é avaliar o grau de importância que cada risco traz e a probabilidade de acontecer. Assim, é definida uma prioridade para os riscos a serem resolvidos.
Tratamento dos riscos
Por fim, devemos encontrar e aplicar soluções para eliminar ou mitigar os riscos estudados.
Sistemas de gerenciamento de riscos
Alguns métodos de risk assessment se destacam, como o ISO 31000, PMBOK Guide e PUMA:
ISO 31000
A ISO (International Organization for Standardization) tem três documentos para a área de risco:
- • ISO Guide 73:2009 – “Risk management – Vocabulary”; fornece o vocabulário necessário para a compreensão dos conceitos e termos relacionados com a gestão do risco;
- ISO 31000:2009 – “Risk management – Principles and guidelines”; estabelece um conjunto de princípios e de linhas de orientação com o objetivo de auxiliar as organizações na prática da gestão do risco;
- ISO 31010:2009 – “Risk management – Risk assessment techniques”; proporciona orientações ao nível da seleção e aplicação das técnicas de avaliação do risco.
PMBOK Guide
O Project Management Institute (PMI®) é uma instituição internacional sem fins lucrativos, localizado nos EUA que compilou diversas práticas em um guia chamado “Project Management Body of Knowledge”. Dentre as práticas que mencionam incluem a gestão de riscos, que envolve:
- Plano de gestão do risco;
- Identificação dos riscos;
- Análise qualitativa dos riscos;
- Análise quantitativa dos riscos;
- Plano de resposta aos riscos;
- Monitorização e controlo dos riscos.
O que é interessante do PMBOK, fora o seu nível de detalhamento, é que todos os seus sistemas interagem entre si.
PUMA (PROJECT UNCERTAINTY MANAGEMENT)
Esse modelo de gestão de risco procura simplificar a estrutura complexa de algumas outras propostas, como PMBOK, RAMP e PRAM.
- Iniciação, da qual fazem parte as sub-fases requisitos, projeto, processo e equipa;
- Equilíbrio, que é constituída pelas sub-fases identificação, modelação, estimativa, avaliação e balanço;
- Manutenção, que consiste em manter o ambiente relacionado com o risco estável;
- Aprendizagem, que consiste em usar as experiências passadas e presentes como ensinamentos para utilizar em projetos futuros.
empregando o risk assessment
O emprego da gestão de riscos geralmente é feita pelo gestor de projetos ou gestor de obras. Há alguns formulários e planilhas disponíveis na internet que podem servir como um guia, mas sempre recomendamos a reunião da equipe para fazer o brainstorming inicial, já que os riscos podem ser mais aparentes para as pessoas que lidam mais próximo dele.
Esse texto tem como principal fonte a Monografia feita por Vanessa Fernandes Silva, submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de Mestre em Engenharia Civil – Especialização em Construções, que está disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/72676/1/000154217.pdf